segunda-feira, 25 de outubro de 2010

DUAS ESCOLHAS

(Desconheço o autor)


Luís é o tipo de cara que você gostaria de conhecer. Ele estava sempre de bom humor e sempre tinha algo de positivo para dizer.

Se alguém lhe perguntasse como ele estava, a resposta seria logo:

- Ah... Se melhorar, estraga.

Ele era um gerente especial em um restaurante, pois seus garçons o seguiam de restaurante em restaurante apenas pelas suas atitudes. Ele era um motivador nato. Se um colaborador estava tendo um dia ruim, Luií estava sempre dizendo como ver o lado positivo da situação.

Fiquei tão curioso com seu estilo de vida que um dia lhe perguntei:

- Você não pode ser uma pessoa positiva todo o tempo. Como faz isso?

Ele me respondeu:

- A cada manhã, ao acordar, digo para mim mesmo: Luís, você tem duas escolhas hoje: Pode ficar de bom humor ou de mau humor. Eu escolho ficar de bom humor. Cada vez que algo ruim acontece, posso escolher bancar a vítima ou aprender alguma coisa com o ocorrido. Eu escolho aprender algo. Toda vez que alguém reclamar, posso escolher aceitar a reclamação ou mostrar o lado positivo da vida.

- Certo, mas não é fácil - argumentei.

- É fácil sim - disse-me Luís. - A vida é feita de escolhas. Quando você examina a fundo, toda situação sempre oferece escolha. Você escolhe como reagir às situações. Você escolhe como as pessoas afetarão o seu humor. É sua a escolha de como viver sua vida.

Eu pensei sobre o que o Luís disse e sempre lembrava dele quando fazia uma escolha.

Anos mais tarde, soube que Luís um dia cometera um erro, deixando a porta de serviço aberta pela manhã. Foi rendido por assaltantes. Dominado e, enquanto tentava abrir o cofre, sua mão tremendo pelo nervosismo, desfez a combinação do segredo. Os ladrões entraram em pânico e atiraram nele. Por sorte foi encontrado a tempo de ser socorrido e levado para um hospital. Depois de 18 horas de cirurgia e semanas de tratamento intensivo teve alta ainda com fragmentos de balas alojadas em seu corpo.


Encontrei Luís mais ou menos por acaso. Quando lhe perguntei como estava, respondeu:

- Se melhorar, estraga.

Contou-me o que havia acontecido perguntando:

- Quer ver minhas cicatrizes?

Recusei ver seus ferimentos, mas perguntei-lhe o que havia passado em sua mente na ocasião do assalto.

- A primeira coisa que pensei foi que deveria ter trancado a porta de trás - respondeu. -
Então, deitado no chão, ensanguentado, lembrei que tinha duas escolhas: Poderia viver ou morrer. Escolhi viver!

- Você não estava com medo? - perguntei.

- Os paramédicos foram ótimos. Eles me diziam que tudo ia dar certo e que ia ficar bom. Mas, quando entrei na sala de emergência e vi a expressão dos médicos e enfermeiras, fiquei apavorado. Em seus lábios eu lia: Esse aí já era. Decidi então que tinha que fazer algo.

- O que fez? - perguntei.

- Bem. Havia uma enfermeira que fazia muitas perguntas. Perguntou-me se eu era alérgico a alguma coisa. Eu respondi: Sim. Todos pararam para ouvir a minha resposta. Tomei fôlego e gritei: Sou alérgico a balas! Entre risadas lhes disse: Eu estou escolhendo viver, operem-me como um ser vivo, não como um morto.

Luís sobreviveu graças à persistência dos médicos, mas sua atitude é que os fez agir dessa maneira. E, com isso, aprendi que todos os dias, não importa como eles sejam, temos sempre a opção de viver plenamente. Afinal de contas, ATITUDE É TUDO.

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